
Embora seja impossível prever se uma mulher irá desenvolver pré-eclâmpsia na segunda metade da gravidez, alguns fatores dão pistas de que ela apresenta uma maior probabilidade. E mensurar esse risco é importante para se antecipar ao problema e investir em estratégias preventivas. “Histórico familiar de pré-eclâmpsia ou ocorrência da disfunção em gestação anterior, reprodução assistida, gravidez de gêmeos, obesidade, idade superior a 40 anos, resistência à insulina, diabete, hipertensão, artrite reumatoide, lúpus, doença vascular ou renal e pressão diastólica—a mínima—acima de 8, no primeiro trimestre de gravidez, acendem o sinal amarelo para o distúrbio”, enumera a obstetra Rossana Pulcineli , da Universidade de São Paulo. Nesses casos, segundo ela, é prudente reduzir o sal na dieta. Isso porque ele é rico em sódio que, por sua vez, promove a retenção de líquido no corpo. E quanto maior o volume circulando nas artérias, maior a pressão exercida ali.
Os estágios da pré-eclâmpsia
Uma vez diagnosticada a doença e determinada a sua gravidade, o obstetra definirá a conduta terapêutica mais adequada. Casos de agravamento do quadro, classificados como HELLP síndrome ou iminência de eclâmpsia, requerem acompanhamento mais rigoroso, com exames e monitoramento do feto mais frequentes. Essa avaliação periódica é fundamental para detectar casos de urgência, que necessitam de internação da paciente, e para adiar, o máximo possível, o momento do parto, sempre considerando os danos promovidos pela doença ao feto e à gestante e os riscos de um parto prematuro. Enquanto nas manifestações mais leves a gravidez pode durar o tempo natural de até 40 semanas, nos episódios mais severos pode ser necessário realizar o parto na 37ª ou até na 34ª semana. Tudo dependerá da vitalidade do bebê e da saúde da mãe.
O tratamento
Além do controle periódico da pressão, do monitoramento de eventuais complicações maternas, e da vigilância do bem-estar fetal, é importante rever os exames já realizados e submeter a paciente a avaliações clínicas e nutricionais periódicas. “Costumamos recomendar um cardápio pobre em sal, repouso e sedação, com medicamentos da classe dos benzodiazepínicos ou dos neurolépticos, que diminuem a pressão arterial”, explica Rossana.
Segundo a médica, se a mínima continuar igual ou superior a 10, é preciso introduzir um remédio hipotensor, com a expectativa de que haja de 20% a 30% de redução. Quando o tratamento não surte o efeito desejado, ainda existe a possibilidade de tentar outras duas combinações medicamentosas, com princípios ativos que não atravessam a placenta, não promovem malformações e interferem pouco no crescimento fetal.
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